A Revolução dos Corações
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“Não precisamos de líderes, não precisamos de heróis, não precisamos cristalizar movimentos em siglas, não precisamos de nenhum culto a personalidade, não necessitamos nenhuma hierarquia. Só necessitamos uma coisa: sugerir que as pessoas despertem e andem por sí próprias. Essa é a incrível beleza da revolução que foi iniciada. É a revolução dos corações, não das estruturas” (Juan Trigo – El paraíso está en el fundo de tu corazón)
Acredito que a única forma de “sugerir que as pessoas despertem” seja despertando-nos e servindo de exemplo. Exemplo de quem não precisa de guru, de quem confia na vida.
Acredito que a partir dessa revolução interna, abrimos espaço para que estruturas flexíveis se criem e se desmontem conforme a necessidade da vida naquele tempo e espaço.
A maioria das comunidades e ecovilas não se sustentam por muito tempo, pois as pessoas acham que mudando as estruturas, necessariamente vão se modificar, vão criar relações mais harmônicas. E isso não acontece. A idéia de morar em comunidade geralmente nasce do nosso ego, que leu em algum lugar que é melhor morar em comunidade. Então cria uma série de fantasias e se põe em movimento para concretizar essas fantasias. Na hora que a estrutura está pronta, se depara com a realidade: um monte de gente carregando bagagens enormes do paradigma do poder e controle, tentando viver no paradigma da vida, da abundância e da rede. Não tem como se sustentar.
A mesma coisa vale para os novos movimentos de educação: educar em casa, desescolarizar, comunidades de famílias educadoras, escolas alternativas. O risco de todas essas lindas iniciativas desembocarem em estruturas que de forma sutil continuem a investir no poder, no controle e no medo é enorme. O trabalho é em nós. Diariamente, perceber o que nos irrita, o que nos chateia, o que nos “pega” e aí afirmar que o que está fora, está dentro e limpar essas crenças e emoções estagnadas, seja através de um bom extravasar ou de um espelhamento. Aí, vamos transformando nosso coração. Ele vai se expandindo e se tornando mais um entreposto de passagem para o fluxo da vida.
Não acho que Juan Trigo seja contra transformar estruturas. O que eu leio em seu texto é que a revolução não começa por aí.
Marcelo, adoro seus textos e gostaria que vc viesse à Indaiatuba dar uma palestra.
Sobre a Revolução dos Corações, poderia explicar mais sobre como extravasar , ou como fazer este espelhamento.
Obrigada
Taís
Oi Taís, será um prazer ir a Indaiatuba. Vamos conversar por inbox no facebook https://www.facebook.com/marcelo.michelsohn ou por email marcelo@conexaopaisefilhos.com para organizarmos essa conversa.
Além do blog e da página no facebook, temos um grupo do Conexão Pais e Filhos onde nos encontramos por video-conferência pelo menos uma vez por mês e já temos mais de 50 encontros gravados, caso você queira assistir. Lá você verá explicações sobre como extravasar e fazer o espelhamento. Esse grupo tem um custo de 18 reais por mês. https://www.facebook.com/groups/conexaopaisefilhos/
Mas, em resumo: é possível extravasar chorando e gritando na companhia de um outro adulto que escute sem julgamento. Chamamos isso de Parceria de Escuta. Já o espelhamento funciona assim: vá para um local tranquilo em que você possa ficar sozinha sem ser incomodada, lembre-se de uma situação que te chateou, te tirou do eixo. Olhe com sua mente para a pessoa que te chateou durante a situação e julgue-a. Ela é uma ….. ou Ele é um……. Depois apague a situação da sua mente e afirme para você exatamente o que você julgou no outro. Ex: se você disse: ela é uma folgada, repita para você: Eu sou uma folgada. Faça isso em voz alta, sem se criticar e sem atribuir um valor moral a esta palavra. Vá falando como se fosse um mantra. A ideia é que ao dizer isso sem se julgar, seu corpo vai reagir pois por natureza você não é assim e então você irá limpar essa crença.
Abraços,
Marcelo
Sus reflexiones concuerdan con nuestro “corazonar”. En el mundo andino siempre hablamos de “estar corazonando” que es el vibrar en coherencia entre el sentir y el hacer. En este sentido, el ego, el poder, el miedo, la jerarquía, el dominio y el control, son el resultado de un paradigma.patriarcal, herencia de referentes educativos obsoletos que sirven al sistema económico vigente y que se viven tanto en la en la familia como en la escuela.
El reto de la familia y los individuos en la actualidad es reencontrarse con su corazonar, confiando en la vida, dentro de circunstancias específicas que con certeza están provocando movimientos internos, pariendo redes de apoyo, comunidades o estructuras creativas para procesos de comunicación y convivencia.
Todo proceso de vida conllevan una crisis, de nosotros depende convertirla en una oportunidad.
Gracias queridos Margarita, Esperanza y Edgar! Estamos conectados por nossos corações.